Ordenado Mínimo - Aumento de 25€?
Ainda esta semana, trouxe parte deste tema ao blog, no entanto, no decorrer de uma notícia que saiu num diário no dia de ontem, decidi chamar de novo à atenção para este tema, passo a transcrever a notícia, e de seguida dou o meu comentário:
«Salário mínimo Os aumentos levam a mais desemprego?
A ideia de que o impacto não é significativo é objecto de disputa entre economistas, mas a situação da indústria recomenda prudência
Aproxima-se a batalha negocial entre confederações patronais, sindicatos e governo em relação ao valor do aumento do salário mínimo nacional em 2010, intensifica-se a pressão e reforçam-se argumentos de todas as partes, mas deixa-se de lado a pergunta: afinal que impacto tem uma subida do salário mínimo nos custos das empresas e no mercado de trabalho no contexto actual de recessão e desemprego recorde? A resposta continua ainda hoje a gerar controvérsia entre economistas, mas sugere prudência ao governo: tradicionalmente uma subida do salário mínimo não tem impacto significativo no emprego, mas na situação actual poderá trazer problemas à indústria portuguesa.
A questão é pertinente numa altura em que CGTP e UGT pedem um aumento da remuneração mínima no próximo ano dos actuais 450 euros para 475 euros – a meio caminho da meta de 500 euros em 2011, acordada há quatro anos na concertação social. As confederações empresariais, como a CIP (indústria) e a CTP (turismo), estão contra os aumentos, invocando o esmagamento financeiro provocado pela crise e a ausência de medidas de apoio aos sectores em que o salário mínimo pesa mais. Os sindicatos recusam rever o acordo e defendem que o aumento dinamiza a procura interna.
“O impacto da subida nos custos das empresas em termos médios tende a ser muito reduzido”, aponta ao i Ricardo Paes Mamede, economista do ISCTE, em Lisboa. O estudo de previsão que fez para 2008 (ano em que o salário mínimo subiu de 426 para 450 euros) aponta para um impacto médio de apenas 0,13% no custo das empresas com estes trabalhadores. “Desde a realização do estudo aumentou o número de pessoas com salário mínimo, mas ainda assim arriscaria dizer que o impacto nunca será superior a 1% dos custos salariais, o que significa em média 0,25% dos custos totais das empresas”, acrescenta Paes Mamede. A conclusão – que peca “por defeito”, avisa o economista, uma vez que há mais 111 mil trabalhadores com salário mínimo em 2008 – está em linha com as conclusões de um dos estudos referenciais na década de 90 (que gerou reacção forte), que defende o impacto nulo desta prestação no fecho de empresas e subida do desemprego.
Contudo, resta saber de que maneira o actual ciclo económico e o peso específico do salário mínimo na indústria afectam estas conclusões. Um estudo do Banco de Portugal de Maio de 2008 revelou pela primeira vez que as empresas com maior incidência de salário mínimo são mais vulneráveis a choques externos negativos, sobretudo porque estão proibidas por lei de descer os salários. “De facto, as restrições do salário mínimo mostraram que aumentam a taxa de insucesso das empresas”, conclui o estudo dos economistas Pedro Portugal e Anabela Carneiro.
É sobretudo na indústria que o problema se levanta: está exposta à concorrência internacional e tinha antes de 2008 o maior peso de trabalhadores com salário mínimo (25,7%). Além da subida deste custo pouco flexível (que aumentou 23% desde 2004), contam-se outras dificuldades como o euro forte (mais 20% desde Fevereiro), a subida do petróleo e a restrição do crédito. Por outro lado, o salário mínimo é muitas vezes um valor de entrada no mercado de trabalho – ao subir-se a fasquia, várias empresas poderão contratar menos, num ano em que a OCDE espera que o desemprego ultrapasse os 11%.
Contudo, os economistas e alguns empresários sugerem que há formas alternativas de compensar as eventuais perdas, sem mexer na remuneração dos 365 mil a salário mínimo, como ajudas aos sectores mais afectados, o que de resto já faz parte do acordo de 2006. Sublinham que esta prestação não é referência para os restantes trabalhadores. “Estamos a falar do mínimo e não do geral, que, se subisse na mesma proporção, causaria graves problemas de competitividade”, aponta Paes Mamede. »
In: http://www.ionline.pt/conteudo/29054-salario-minimo-os-aumentos-levam-mais-desemprego, a 22 de Outubro de 2009, no Jornal i
O meu comentário:
Sobre o aumento de apenas 25€ no ordenado mínimo, já aqui, ainda esta semana, manifestei aqui a minha opinião sobre este assunto, em que penso, que para bem do país e para bem da motivação dos trabalhadores, motivação do país em torno de uma causa comum que é a recuperação económica e tentar ultrapassar a crise.
No entanto, penso, e como aqui ainda disse esta semana, que seja um custo, no entanto, penso que é custo que os patrões devem tomar como sendo um investimento, ou seja, ao dar mais 25€ a mais no ordenado, já de si mísero, pois ninguém consegue viver, somente com o ordenado mínimo, vão incrementar a produtividade e aumentar a motivação dos portugueses, no local de trabalho.
Se repararmos, nas áreas onde se paga o ordenado mínimo, caso o trabalhador não seja aumentado, dá azo para que, este salte, ou então desmotive, dê origem a fuga de informação para os concorrentes, e muitas vezes, vão mesmo para a concorrência, levando consigo a formação que foi dispendida com o trabalhador, e o know-How, que se tinha na organização, sendo, que no pior das hipóteses, pode mesmo levar colegas, e assim desfasar e desmotivar a equipa que tínhamos na nossa organização.
O custo, pode ser, feito com redução de disparidade entre quem aufere ordenados baixos, e quem aufere os mais altos ordenados, é grande, como tal, penso que uma redução em quem aufere mais, para dar aos mais abaixo, pode causar uma coesão da equipa, que labora numa organização, em torno de um objectivo, e deve-se ter em conta, que se tivermos, uma boa equipa, é mais de 50% para alcançarmos o sucesso.
Outra questão, é preferível que se aumente 25€, em vez de percentagens, pois convenhamos que 5% de 500€, é muito diferente de 5% de 5000€, ou seja, quanto mais alto, é o valor base, maior será o aumento, logo, quem sai beneficiado são quem aufere mais, aumentando o fosso entre quem aufere menos e quem aufere mais.
Penso que a guerra, relativamente ao ordenado mínimo, ainda agora está a começar, e ainda muita tinta vai correr, no entanto, penso que como em tudo, existe a regra do bom senso, em que devem se entender e essencialmente cumprir com o prometido anteriormente, no entanto, caso não seja possível, penso que se deve dar outra regalia de forma a suprimir esta lacuna.
A minha opinião, era de se elevar os 25€, penso que é um valor justo e que em 14 meses de trabalho, seria praticamente quase um ordenado, pois daria 350€, o que, penso que por vezes, existem despesas secundárias nas empresas, que são bem superiores e não tem tanto cariz de investimento, como incrementar a motivação dos funcionários com apenas mais 25€ mensais.
Deixo a Questão: Que Pensa do Aumento de 25€ ao Ordenado Mínimo Nacional?
Tenho Dito
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